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sábado, 11 de dezembro de 2010

A nova onda da educação.

Violência, agressões, brigas, ameaças. Não, isso não é uma rebelião num presídio brasileiro, também não é um resumo de um filme de ação hollywoodiano. É a pura realidade de muitas escolas publicas brasileiras. E isso não se restringe apenas as escolas das grandes cidades que estão localizadas próximas a áreas violentas. Minha Janduís tem 5.500 habitantes, apenas 3.000 na zona urbana. Mas pela 3° vez seguida, alunos de uma escola municipal da zona urbana têm feito coisas parecidas na cidade. Há algum tempo atrás um professor de língua portuguesa foi ameaçado por um aluno, o mesmo depois também ameaçou o professor de informática da escola. No inicio dessa semana no primeiro dia da semana cultural da escola uma briga entre grupos de alunos fez com que diretora e secretaria municipal se trancassem dentro de uma sala com medo de também serem agredidas.


Com esses acontecimentos me pergunto: não estar mais que na hora das autoridades da cidade fazerem alguma coisa? No Rio depois de ataques em toda a cidade em retaliação as UPP’s, o estado se viu brigado a retomar as comunidades pobres – coisa que já deviam ter feito há muito tempo. Em Janduís a situação já está algum tempo se complicando, já ouvi vários professores reclamarem, de falta de condições de aula, o lanche de péssima qualidade onde os alguns alunos nem mais estão comendo. Penso que educação seja tão ou mais importante quando qualquer outra coisa, e deve ser tratada com prioridade por todo e qualquer estado de governo.

Sabemos que essa educação não é só feita na escola, e sim em toda a sociedade, dentro da família, na rua, ou em qualquer local publico e privado. E que atividades recreativas, culturais estão diretamente ligadas com essa educação, fazendo com que alunos aprendam a conviver em sociedade, levando com elas uma idéia de cooperação e respeito, propagando a amizade e o companheirismo entre as pessoas. Há algum tempo atrás Janduís era pólo de cultura e jovens não ficavam em casa nos horários vagos. Tínhamos aulas de capoeira, oficinas de dança, teatro, artes plásticas, mas de uma dezena de grupos culturais, onde jovens e crianças se divertiam e ao mesmo tempo aprendiam coisas que levariam para toda a vida. Hoje a realidade não é mas essa, e não se encontra mais tantos grupos culturais, nem outras tantas formas de lazer na cidade, internet e televisão são as principais distrações, mostrando informações e culturas que influenciam crianças e adolescentes, que poucas vezes filtram essas informações, e acabam por cometer atos prejudiciais a eles mesmos, e a toda a sociedade.

Vejo e percebo que a cada dia as coisas nas escolas publicas (falo também de Janduís) ficam mais difíceis, ainda bem que estamos no final do ano, as autoridades competentes vão ter algum tempo a mais para buscar soluções para esses problemas. Espero que elas não virem à cara para esse problema de grande gravidade, que passa nosso país e nossa cidade, que não achem mais importantes economizar verba e não investir em educação, cultura e lazer. Fica aqui um desabafo de um jovem estudante indignado com a realidade, com a falta de valor que esse estado deposita na educação de seus jovens, na valorização de seus professores, e na lastima que se tornou nossas escolas de alunos alienados, que não tem respeito nem com quem os educam.

Pablo Vinícius de Oliveira.

1 comentários:

Jamyllier disse...

Vinny... Parabéns!! Seu texto está belíssimo!!
Ainda não sabia que a educação(ou falta dela) dos jovens janduienses tinha chegado a esse extremo. Confesso que acho um verdadeiro absurdo as manifestações tão infantís desses adolescentes. Como se não bastassem as ridicularizações verbais que sempre existiram agora resolveram apelar para a violência física, aii eu me pergunto: Onde é que tudo isso vai parar???
Queira Deus que não seja da forma que penso...
Acho que é mais que necessário uma reação organizada tanto por parte da sociedade, como da familia desses jovens, dos que compõe o corpo escolar e se necessário das autoridades, já que essas questões não se resolvem mais como na minha época...Através da cultura!

Jamyllier Gurgel

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